Wednesday, November 29, 2006

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sentada ali naquela sala ouvindo aquele homem me falar senti um certo frio na espinha e me dei conta então da água que se derramava pelo chão. sem fazer absolutamente nada e com todo aquele vazio me enchendo lentamente parecia ouvir um grito distante do alcance dos outros mortais aquela implosão quântica misturou-se em doses e dores e a vontade de correr e molhar era mais forte . ao atravessar num solavanco os corredores da faculdade cheguei pelada aos campos verdes do estacionamento. Toda turbulência contida em anos de sofrimento e escravidão se derreteu junto à lua cheia escarlate escondida sob minhas pernas no meio da água e da lama lembrei do meu colchão deitei na grama e sonhei, como sonha uma criança.

Tábata, a louca