Monday, December 04, 2006


naquela tarde não chovia. não estava nublado. o sol brilhava mas ainda sentia frio. o frio e o sono de repente se fundiam e do fundo de algum lugar sombrio uma embriaguez regurgitou e subiu ao cérebro turvou a minha vista e a vontade de matar era única e inevitável. enquanto aquele homem falava subitamente minhas mãos se levantaram encontraram sua garganta e afiadas que estavam logo trouxeram o sangue à superfície e espirrava junto a traquéias e laringes e faringes que pulavam e pulsavam ainda vivas e cabeça pendurada e sangue muito sangue e olhos assustados e gritos e sangue muito sangue. ao ter acesso então àquelas bolinhas amígdalas amigas saciei velozmente minha fome e a morte embalou meu sono e sonhei com brancas nuvens e anjinhos incandescentes.